quinta-feira, 13 de junho de 2013

O Iceberg e Eu


As horas vão passando, vai ficando cada vez mais tarde e eu vejo que os barulhos de um dia, ao cair da noite, passam a residir o meu interior. Sim, mas os ruídos que ecoam de dentro de mim, são os pensamentos que se digladiam procurando encontrar aquele que é o mais forte, o mais correto, o mais beneficiador, o mais persuasivo etc. Então, eu me vejo no meio dessa guerra. Talvez, eu seja o juiz dessa desgastante luta, embora, quase sempre, eu não saiba com quais medidas eu realmente devo me valer ao julgar qual, de fato, será o vencedor. E durante todo esse embate de pensamentos que se valem de lembranças do dia e da vida para se configurarem no momento do combate, eu vou me constituindo enquanto pessoa. Depois de cansativas reflexões, eu chego à conclusão que me assemelho a um iceberg. Mas, por quê? Porque o iceberg se apresenta a todos que navegam como uma pedra de gelo de pequeno porte; no entanto, poucos sabem que embaixo daquela pequena pedra que atravessa a superfície da água em direção ao céu, existe uma grande estrutura de gelo que embasa aquela pontinha sobre a água. Sim, e onde está a semelhança? Pois bem, eu me apresento a muitos como apenas aquela pontinha que perfura a superfície da água. Entretanto, há aqueles que sabem que eu sou muito mais do que eu me apresento aos que me rodeiam, sabem que dentro de mim existem grandes dilemas que eu não exponho tão facilmente, que existe uma história que delineia muitas das minhas atitudes, que sou um guardador de segredos, do mesmo modo, que sou um exímio sonhador, bem como alguém que carrega os sonhos de tantos. E é aí que vejo o quanto carregar os sonhos alheios que se projetam em mim é tão difícil. Não realizar sonhos próprios é algo triste, mas ter a responsabilidade de tornar real, os sonhos alheios que se corporificam em mim, é algo bastante desafiador, sobretudo, amedrontador. Porque ninguém como nós mesmos para conhecer quem verdadeiramente somos. Portanto, apenas nós sabemos quais sonhos podemos materializar ou não na categórica vida real. Enfim, é isso... Essas linhas apenas são um desabafo de alguém que sonha e carrega, sobretudo, os sonhos de outros tantos sonhadores em si.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

TROFÉUS OU HUMANOS?




É quase que comum a gente ouvi as pessoas dizendo: “De quem eu gosto, não gosta de mim, mas de quem eu não gosto, está sempre atrás de mim.” Mas o que nos leva a não gostar daquelas pessoas que gostam de nós? Ou não sermos o alvo daqueles que gostamos? Na verdade, não gostamos de quem gosta de nós, e o contrário, porque não aceitamos as pessoas como elas são. Variados (pre)conceitos, berços culturais, modo de enxergar as faculdades e dificuldades do outro, influenciam nos nossos gostos de modo a fazer com que nos ‘impeçamos’ de sermos tocados pelo ser humano. De sermos amados e amar. De sermos felizes e causar felicidade. Além disso, a não aceitação da pessoa que nos ama é proveniente do fato de olharmos alguém que se ‘candidata’ a um relacionamento como algo para mostrar às outras pessoas. Como um troféu. Mas, por que troféu? Todos que ganham em alguma disputa, jogo ou afins, têm como prêmio um lindo e reluzente troféu. E aqueles que olham o pretendente como um possível ‘troféu’, de maneira (in)consciente, tem como motivo para ter aquele prêmio, simplesmente, as suas próprias características, isto é, além de exibir aos demais seu mais novo ‘troféu’, deseja salientar que o fato de estar com ele é justificado pelo seu merecimento que parte de suas qualidades, sobretudo, deixando muitos na vontade de poder ‘erguer’ aquele objeto de desejo. E por conta de tudo isso, o ser humano sofre e faz sofrer. Afinal, quase sempre as pessoas não olham com seus olhos, mas olham da forma que outros, possivelmente, olharão! Mas, a pergunta que não quer calar... Quem vai se relacionar? É você ou os outros?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Isto ou Aquilo?


“MAS NÃO CONSEGUI ENTENDER AINDA QUAL É MELHOR: SE É ISTO OU AQUILO.” E essa é a forma que Cecília Meireles finaliza seu poema. A verdade que esse fragmento traz não é apenas a do Eu-lírico, mas de todos nós. Quantas vezes nos pegamos indecisos com as questões da vida? Muitas, não? Nunca estamos, de todo, satisfeitos. Os nossos desejos? Ah... Esses são tantos... E corremos atrás da concretização de alguns, porém outros deixamos sob o poder que o tempo exerce de forma tão evidente em nossas vidas. Quanto a nossa insatisfação, podemos atestá-la em nossos anseios. Sabe quando? Quando percebemos que aquilo que tanto desejávamos, e que acabamos conseguindo, já não possui o mesmo brilho de outrora, não nos toca como antes e nos leva a desejar outras coisas, porque aquela que temos já não nos satisfaz por já estar ‘desbotada’. É como se o ser humano fosse movido pela emoção do conseguir... Conseguir... Conseguir... E não em conservar... Conservar... Conservar... Então, é aí que se instala a indecisão de qual é o melhor... Isto que tenho? Ou aquilo que posso, quem sabe, conseguir? Em função disso nos desestruturamos de maneira incontestável. Desestruturação? Sim! Psicologicamente, espiritualmente e fisicamente. E será mesmo que vale a pena tudo isso? E o que fazemos para trazer nosso controle de volta? Bem... Será se ao menos tentamos trazê-lo de volta? Ou... Queremos apenas conseguir, ainda que desestruturados...? Reflitamos!